sábado, 8 de agosto de 2015

Deveres dos pais e dos filhos segundo a palavra de Deus.


Introdução 

Anos atrás alguém perguntou ao ex-presidente George Bush (pai): "Qual a sua maior realização na vida?" Era interessante perguntar isso a alguém como ele, cuja lista de realizações era bastante longa. Afinal, ele foi embaixador dos EUA na China, diretor da CIA, Vice-Presidente por dois mandatos no governo do presidente Reagan, e depois, claro, ele mesmo presidente dos Estados Unidos. Isso para não mencionar que um de seus filhos foi também presidente dos Estados Unidos, enquanto o outro era governador da Flórida. Eu esperava que ele apontasse realizações de seus filhos ou o seu próprio sucesso. No entanto, sua resposta foi: "Meus filhos ainda vem até minha casa para me visitar." Eis um homem que tem suas prioridades no lugar.

1. O pai não deve se limitar a dizê-lo, reforce-o!

A Bíblia pergunta: "...que filho há a quem o pai não corrija?"

Qual a resposta para esta pergunta? A resposta é:  Um pai que não corrige o seu filho não pode ser grande coisa como pai.
Não sabemos se foi assim que os problemas começaram com Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli, o sumo-sacerdote. Simplesmente lemos: "...fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu." (1Samuel 3:13). Talvez Eli tenha ouvido falar das coisas terríveis que os seus filhos e se tenha limitado a dizer "Então rapazes, sabem que não devem fazer isso!", e os rapazes terão respondido "Sim pai", e depois terão voltado imediatamente a defraudar os adoradores que chegavam ao templo e a seduzir as mulheres. O problema não foi Eli não ter dito aos seus filhos as coisas certas, o problema foi não as ter reforçado.
Não há dúvidas de que, certamente, você não conhece pais que digam aos seus filhos: "Vá, roubem um banco, dez ou vinte anos na prisão não vos hão de fazer mal nenhum!" Não, certamente esses pais disseram tudo o que era certo. 
Muitos pais de reclusos provavelmente também disseram as coisas adequadas. Mas o que falta a muito dos pais bem-intencionados é o reforço.
Eli não estava a reforçar a verdade, limitava-se a declará-la. Ele não retirou aos seus filhos os seus cargos nem os seus privilégios. Deixou que continuassem a errar, enquanto lhes dizia para não o fazerem.
Pai, não se limite a dizer alguma coisa, faça alguma coisa! Se os seus filhos estão no caminho errado e você continua parado, está a poupar-se a si próprio e a sacrificá-los a eles.
A coisa mais carinhosa e a maior demonstração de cuidado que pode ter enquanto pai é disciplinar os seus filhos com amor (Hebreus 12:6).

2. DEVERES DOS PAIS

Uma das mais infelizes e trágicas características de nossa civilização é a excessiva desobediência aos pais da parte dos filhos, quando menores, e a falta de reverência e respeito, quando grandes. Infelizmente, isto se evidencia de muitas maneiras inclusive em famílias cristãs.

Em nossas abundantes viagens nestes últimos trinta e três anos de casado, fomos recebidos em muitos lares. A piedade e a beleza de alguns deles ainda permanecem em nossos corações como agradáveis e singelas recordações. Outros lares, porém, nos transmitiram as mais dolorosas impressões. Os filhos obstinados ou mimados não apenas trazem para si mesmos perpétua infelicidade, mas também causam desconforto para todos que se relacionam com eles e prenunciam coisas ruins para os dias vindouros.
Há casos em os filhos são menos culpados do que seus pais em outros os pais. A falta de honra aos pais, onde quer que a achemos, deve-se, em grande medida, aos pais afastarem-se do padrão das Escrituras. Atualmente, o pai imagina que cumpre suas obrigações ao fornecer alimento e vestuário para os filhos e, ocasionalmente, ao agir como um tipo de policial de moralidade com medo de perde-los. Com muita freqüência, a mãe se contenta em desempenhar a função de uma criada doméstica, tornando-se escrava dos filhos, realizando várias tarefas que estes poderiam fazer, para deixá-los livres em atividades frívolas, ao invés de treiná-los a serem pessoas úteis. similarmente mães que que trabalham fora troca a falta de sua presença por presentes, brinquedos, etc.  A conseqüência tem sido que o lar, o qual deveria ser, por causa de sua ordem, santidade e amor, uma miniatura do céu, degenerou-se em “um ponto de parada para o dia e um estacionamento para a noite”, conforme alguém sucintamente afirmou. Antes de esboçarmos os deveres dos pais em relação aos filhos, devemos ressaltar que eles não podem disciplinar adequadamente seus filhos, a menos que primeiramente tenham aprendido a governar a si mesmos. Como podem eles esperar que a obstinação de suas crianças sejam dominadas e controladas as manifestações de ira, se eles mesmos dão livre curso à seus próprios sentimentos. O caráter dos pais é amplamente reproduzido em seus descendentes. “Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem” (Gn 5.3). Os pais devem eles mesmos viver em submissão a Deus, se desejam obediência da parte de seus filhos. Este princípio é enfatizado muitas e muitas vezes nas Escrituras. “Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?” (Rm 2.21). A respeito do pastor ou presbítero da igreja está escrito que ele tem de ser alguém “que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1 Tm 3.5). E, se um homem ou uma mulher não sabem como dominar seu próprio espírito (Pv 25.28), como poderão cuidar de seus filhos? Deus confiou aos pais um solene e valoroso privilégio. Não exageramos ao afirmar que em suas mãos estão depositadas a esperança e a bênção, ou a maldição e a ruína da próxima geração.

Suas famílias são os berçários da Igreja e do Estado, e, de acordo com o que agora cultivam, tais serão os frutos que colherão posteriormente.

Eles deveriam cumprir seu privilégio com bastante diligência e oração. Com certeza, Deus lhes pedirá contas referente à maneira de criarem seus filhos, que a Ele pertencem, sendo-lhes confiados para receberem cuidado e preservação.

A tarefa que Deus confiou aos pais não é fácil, em especial nestes dias excessivamente maus. Entretanto, poderão obter a graça de Deus, se a buscarem com sinceridade e confiança. As Escrituras nos fornecem as regras pelas quais devemos viver, as promessas das quais temos de nos apropriar e, precisamos acrescentar, as terríveis advertências, para que não realizemos essa tarefa de maneira leviana.

2.1 - Instrua seu filho

Queremos mencionar aqui quatro dos principais deveres confiados aos pais. Primeiro, instruir seus filhos. “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt 6.6-7). Este dever é sobremodo importante para ser transferido aos outros; Deus exige dos pais, e não dos professores das Escolas, a responsabilidade de educarem seus filhos. Tampouco essa tarefa deve ser realizada de maneira esporádica ou ocasional, mas precisa receber constante atenção. O glorioso caráter de Deus, as exigências de sua lei, a excessiva malignidade do homem, o maravilhoso dom de seu Filho e a terrível condenação que será a recompensa de todos aqueles que O desprezam e rejeitam — estas coisas precisam ser apresentadas constantemente aos filhos. “Eles são pequenos demais para entendê-las” é o argumento de Satanás, visando impedir os pais de cumprirem seu dever. “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Temos de observar que os “pais” são especificamente mencionados neste versículo, por duas razões: eles são os cabeças das famílias e o governo desta lhes foi confiado; os pais são inclinados a transferir sua responsabilidade às esposas. Essa instrução deve ser ministrada através da leitura da Bíblia e de explicar aos filhos as coisas adequadas à sua idade. Um constante falar aos mais novos não se mostra tão eficiente quanto a diversificação com perguntas e respostas. Se nossos filhos sabem que serão questionados após ou durante a leitura bíblica, ouvirão mais atentamente: fazer perguntas os ensina a pensarem por si mesmos. Este método também leva a memória a reter mais os ensinos, pois o responder perguntas definidas, fixa idéias específicas em nossas mentes. Observe quantas vezes Jesus fez perguntas aos seus discípulos.


2.2 - Seja um bom exemplo 

Segundo, boas instruções precisam ser acompanhadas de bons exemplos. O ensino proveniente apenas dos lábios provavelmente será ineficaz. Os filhos são espertíssimos em detectar inconsistências e rejeitar a hipocrisia. Neste aspecto, os pais precisam humilhar-se diante de Deus, buscando todos os dias a graça que desesperadamente necessitam e somente Ele pode dar. Que cuidado eles precisam ter, para que diante de suas crianças não digam e façam coisas que tendem a corromper suas mentes ou produzam más conseqüências, se elas as imitarem! Os pais necessitam estar constantemente alertas contra aquilo que pode torná-los desprezíveis aos olhos daqueles que deveriam respeitá-los e honrá-los. Não apenas devem instruir seus filhos no caminho da santidade, mas eles mesmos devem andar neste caminho, mostrando por sua prática e conduta quão agradável e proveitoso é ser orientado pela lei de Deus. No lar de pessoas crentes, o supremo alvo deve ser a piedade familiar — honrar a Deus em todas as ocasiões —, e as outras coisas, subordinadas a este alvo.

Quanto à vida familiar, nem o esposo nem a esposa deve transferir para o outro toda a responsabilidade pelo aspecto espiritual e emoconal da vida da família. A mãe com certeza tem a incumbência de suplementar os esforços do pai, pois os filhos desfrutam mais de sua companhia. Se existe a tendência de os pais serem muito rígidos e severos, as mães são propensas a serem muito brandas e clementes; portanto, têm de vigiar mais contra qualquer coisa que enfraquecerá a autoridade do pai. Quando este proibir alguma coisa, ela não deve consenti-la às crianças. É admirável observar que a exortação dada em Efésios 6.4 é precedida por “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18); enquanto a exortação correspondente em Colossenses 3.21 é precedida por “habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo” (v. 16), demonstrando que os pais não podem cumprir seus deveres, a menos que estejam cheios do Espírito Santo e da Palavra de Deus. As crianças são ainda desprovido de entendimento do certo e errado, para eles o que oferecer vantagens entendem ser bons pais. Pais resistam ao choro dos filhos eles precisam aprender a receber não. 

2.3 - Discipline seu filho

Terceiro, a instrução e o exemplo precisam ser reforçados mediante a correção e a disciplina. Antes de tudo, isto implica no exercício de autoridade — a correta aplicação da lei divina. A respeito de Abraão, o pai dos fiéis, Deus afirmou: “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gn 18.19).

Pais, meditem nestas palavras com cuidado. Abraão fez mais do que simplesmente dar conselhos: ele ensinou com vigor a lei de Deus e ordenou sua casa. As regras com que ele administrou seu lar tinham o objetivo de seus filhos guardarem “o caminho do SENHOR” — aquilo que era correto aos olhos de Deus. Este dever foi cumprido pelo patriarca a fim de que a bênção de Deus estivesse sobre sua família. Nenhuma família pode crescer adequadamente sem leis familiares, que incluem recompensas e castigos. Isto é especialmente importante na primeira infância, quando ainda o caráter moral não está formado e as crianças não apreciam ou entendem seus motivos morais. As regras devem ser simples, claras, lógicas e flexíveis, tais como os Dez Mandamentos — poucas mas relevantes regras morais, ao invés de centenas de restrições insignificantes.

Uma das maneiras de provocarmos desnecessariamente nossos filhos à ira é atrapalhá-los com muitas restrições insignificantes e regras detalhadas e arbitrárias, procedentes de pais perfeccionistas. É de vital importância para o bom futuro dos filhos que estes sejam trazidos em submissão desde cedo. Uma criança malcriada representa um adulto ímpio e de carater falho — nossas prisões estão superlotadas com pessoas que tiveram a liberdade de seguirem seus próprios caminhos durante sua infância. A mais leve ofensa de uma criança quebrando as regras do lar não deve ficar sem a devida correção; pois, se ela achar clemência ao transgredir uma regra, esperará a mesma clemência em relação a outras ofensas, e sua desobediência se tornará mais freqüente, até que os pais não tenham mais controle, exceto através do exercício de força brutal. O ensino das Escrituras é claro quanto a este assunto. “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22.15; ver também 23.13- 14). Por isso, Deus afirmou: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Pv 13.24). E, ainda: “Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo” (Pv 19.18). Não permita que uma afeição insensata o impeça de cumprir seu dever. Com certeza, Deus ama seus filhos com um sentimento paternal mais profundo do que você ama seus filhos, mas Ele nos diz: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo” (Ap 3.19; cf. Hb 12.6). “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Pv 29.15). A severidade tem de ser utilizada nos primeiros anos de uma criança, antes que a idade e a obstinação endureçam-na contra o temor e a pungência da correção. Poupe a vara e você arruinará seu filho; não a utilize e terá de sofrer as conseqüências. É quase desnecessário salientar que as Escrituras citadas anteriormente não têm o propósito de incutir- nos a idéia de que nosso lar deve ser caracterizado por um reino de terror. Os filhos podem ser governados e disciplinados de tal maneira, que não percam o respeito e as afeições por seus pais. Estejamos atentos para não estragarmos seus temperamentos, por fazermos exigências ilógicas, e provocá-los à ira, por castigá-los expressando nossa própria ira. O pai têm de punir um filho desobediente não porque ficou bravo, e sim porque é correto fazer isso — Deus o exige, bem como a rebeldia de seu filho. Nunca faça uma ameaça, se não tenciona cumpri-la. Lembre que estar bem informado é bom para seu filho, mas ser bem controlado é ainda melhor. Esteja atento às inconscientes influências que cercam seu filho. Estude meios para tornar seu lar atraente, não pela utilização de recursos carnais e mundanos, mas por servir-se de ideais nobres, por incutir- lhes um espírito de altruísmo e desenvolver uma comunhão agradável e feliz. Não permita que seus filhos se associem a más companhias. Verifique cautelosamente as revistas e livros que entram em seu lar, observe os amigos que ocasionalmente seus filhos convidam para vir ao lar e as amizades que eles estabelecem. Antes mesmo de o reconhecerem, muitos pais permitem seus filhos relacionarem-se com pessoas que arruinam a autoridade paternal, transtornam seus ideais e semeiam frivolidade e pecado.

2.4 - Ore por seus filhos 

Quarto, o último e mais importante dever, no que se refere ao bem-estar emocional, físico e espiritual de seus filhos, é a intensa súplica a Deus em favor deles. Sem isto, todos os outros deveres são ineficazes. Os meios são inúteis, exceto quando o Senhor os abençoa. A Bíblia nos diz que o piedoso Jó “chamava... a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles” (Jó 1.5). Uma atmosfera de oração deve permear o lar e ser respirada por todos os que dele compartilham. 

3 - DEVERES DOS FILHOS

Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.( Efésio 6.1-3)

A honra aos pais tem a ver com sabedoria e caráter? É sábio honrar? É santo honrar?

Depois de aconselhar aos filhos a que obedeçam aos seus pais ("Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo" -- Efésios 6.1), o apóstolo Paulo acrescenta outro:
“Honra teu pai e tua mãe” -- este é o primeiro mandamento com promessa -- “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra” (Efésios 6.2-3).
O escritor bíblico repete literalmente um dos dez mandamentos entregues por Deus a Moisés e transmitido por Moisés a nós, conforme lemos especificamente em Êxodo 20.12 (“Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá") e Deuteronômio 5.16 (“Honra teu pai e tua mãe, como te ordenou o Senhor, o teu Deus, para que tenhas longa vida e tudo te vá bem na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá"). O Antigo Testamento, portanto, considera a honra aos pais como algo tão importante que a coloca nos Mandamentos Áureos e, num dos documentos, coloca-a junto com a guarda do sábado (“Respeite cada um de vocês a sua mãe e o seu pai, e guarde os meus sábados. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês"-- Levítico 19.3) indicando a centralidade da sua importância".
Jesus citou este quinto mandamento cinco vezes (Mateus 15.4, Mateus 19.19, Marcos 7.10, Marcos 10.19, Lucas 18.20).

No relacionamento com os pais (pai e mãe), Paulo mostra que é algo dinâmico, que deve ser fortalecido. Por isto, ele estabelece a qualidade deste relacionamento em forma de degraus.
O primeiro degrau é obediência.
O segundo degrau é a honra .

3.1 - OS CONTORNOS DA HONRA AOS PAIS

Honra e obediência não são sinônimos. Na verdade, a honra antecede à obediência. Quem honra os pais obedece aos pais.
Dá para obedecer sem honrar, mas não dá para honrar sem obedecer.
Você pode obedecer, mesmo discordando, mesmo que enfurecido, mas não dá para honrar, senão com concordância e com alegria.
Obedecer é pouco, porque é algo externo. Honrar é o máximo, porque é algo interno. Honrar é uma decisão que leva a boas atitudes, inclusive a da obediência.

3.1a - A honra da gratidão: filhos que honram aos pais são gratos pela provisão deles.

Os pais não são apenas provedores, mas são também provedores, sejam eles bons ou maus provedores, tenham sido eles bons ou maus provedores.
Esta gratidão se demonstra com palavras e com atitudes, em três direções.

Os filhos devem dizer aos seus pais que lhe são gratos. É raro um filho fazer isto quando seus pais estão vivos. Você tem dito a seus pais que é grato por eles acordarem cedo e trabalharem duro para que você tenha alimento na mesa, roupa no corpo, casa para dormir e outros acessórios? Você já agradeceu a eles pelo que já recebeu, mesmo depois de adulto? Mesmo depois de casados? Ou você exigem, mais e mais achando que é a obrigação deles? 

Os filhos devem falar aos seus pais com respeito. Um filho que honra os seus pais nunca levanta a voz com eles. Maimônides (1135--1204), um sábio judeu espanhol, lembra que um filho não deve amaldiçoar seu pai ou sua mãe ou lançar pragas, nem se rebelar contra eles. Honre o seu pai, saudando-o com cortesia e alegria, abraçando-o e se deixando abraçar, beijando-o e se deixando beijar por ele.

Os filhos devem falar dos seus pais com respeito. É uma marca da natureza humana achar-se melhor que os outros; isto tende a acontecer, e é falta de honra, com os filhos. Alguém em tom bem-humorado cunhou as frases que ilustram como os filhos homens tendem a pensar dos pais homens:

3.1b - O QUE O FILHO PENSA DO PAI 

Aos 7 anos:
Papai é grande. Sabe tudo! É meu herói 

Aos 14 anos:
O VELHO se engana em certas coisas que diz...

Aos 20 anos:
O VELHO  está um pouco atrasado em suas teorias; não são desta época... 

Aos 25 anos:
O "coroa" não sabe nada... Está caducando, decididamente 

Aos 35 anos:
Com minha experiência, meu pai seria, hoje, milionário... 

Aos 45 anos:
Não sei se consulto o "velho"; talvez me pudesse aconselhar... 

Aos 55 anos:
Que pena O Pai ter morrido; a verdade é que ele tinha idéias notáveis! 

Não importa o que você acha do seu pai. Se você o honra, reconhece que ele "sabe das coisas", mesmo que tenha estudado mais que ele, tenha mais dinheiro que ele, tenha mais saúde que ele.
Quando conversa com seus amigos, o que diz dos seus pais? Quer saber como? Veja o que seus amigos pensam dos seus (seus) pais? Como procedem quando os encontram? O que eles sabem dos seus pais é o que você diz deles a eles. Muitas vezes esses filhos esperam dos pais os seus serviços e apoio financeiros, que pena. 

3.1c - A honra da atenção: filhos que honram aos pais dão-lhes o devido lugar como seus orientadores para a vida.

Vou logo a Provérbios e tiro três conselhos, entre vários:
. "Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe" (Provérbios 1.8).
. "O filho sábio acolhe a instrução do pai, mas o zombador não ouve a repreensão" (Provérbios 13.1).

 “Os olhos de quem zomba do pai, e, zombando, nega obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale, e serão devorados pelos filhotes do abutre" (Provérbios 30.17).

Achou esta última forte demais? Olhe, por exemplo, para seus colegas que entraram para dependência das drogas ou do álcool; seus pais o aconselharam a seguir por este perigoso caminho? Que são os traficantes senão corvos? Que é tráfico senão um abutre?
Honrar é considerar os sentimentos dos pais e as idéias dos pais. Honrar é sentar-se diante dele (seja numa cadeira, ao telefone ou no MSN) para ouvir deles e aprender com eles. É burro o filho que não ouve os pais. A apalavra do Senhor diz: " o temor ao SENHOR é o principio da sabedoria". a palavra do senhor deve ser considerada nas suas decisões. 
Os pais são os conselheiros dos filhos. Jogar fora este conselho não é atitude de gente inteligente. Uma forma de desonrar os pais é considerar a opinião dos seus colegas como melhores que as dos pais. Os colegas devem ser ouvidos; suas falas devem ser checadas com as dos pais; se não houver conciliação, quem honra os pais lhes dá preferência, mesmo que esteja em dúvida. Os pais são os únicos cujo interesse máximo é o bem-estar dos filhos. Os colegas, não têm este interesse. Os chefes, não visam este "lucro".
Mesmo quando os pais estão equivocados, eles devem ser honrados. Meus pais me proibiam de ir a boates, quando adolescentes. Porque eu os honrava, eu os obedeci enquanto estive na casa deles. Quando atingi a maior idade, um ano depois comecei a frequentar boates. O que eu perdi nos 19 anos anteriores? Não perdi nada.
Meu pai me proibia ir tomar banho de Barreiro, eu desobedeci e quase morri afogado. O que perdi indo tomar banho de Barreiro? A confiança e fiquei com uma fobia. Meu pai achava que não era seguro; só posso agradecer por seu amor.

3.1d -  A honra do cuidado: filhos que honram pais cuidam deles, até à velhice

Filhos que honram seus pais opinam sobre as vidas deles, chamando carinhosa e respeitosamente sua atenção quando acham que estão errados.
Filhos que honram seus pais não os exploram financeiramente ao ponto de os levar à exaustão para atenderem desejos transformados em necessidades. 
Filhos que honram seus pais provêem condições para que eles tenham uma velhice com qualidade. Há pais que, por falta de recursos ou por teimosia, não têm planos de saúde, apesar dos pais de hoje já ter consciência desta necessidade. Os filhos, por sabedoria, devem insistir para que tenham um plano de saúde; se não podem, devem se responsabilizar (cotizando-se ou não) por estes planos. Não é algo fácil porque a idade vai nos tornando mais teimosos.

4. A NATUREZA DA PROMESSA

Quem lê os Dez Mandamentos (tanto em Êxodo 20 quanto em Deuteronômio 5) nota que há uma promessa no segundo (“Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos" (Êxodo 20.3-6). No entanto, esta é uma promessa genérica relacionada à obediência aos mandamentos; a honra aos pais, contudo, contém uma promessa específica decorrente da honra. Neste sentido, pode-se dizer que a honra aos pais é o único que contém uma promessa para quem o pratica.

E que promessa é esta?

Ela foi formulada no contexto da terra de Canaã a ser conquistada e colonizada. Aplica-se a nós? O Espírito Santo não a deixou no Antigo Testamento; repetiu-a no Novo, pela boca de Jesus, pela pena de Paulo.
Por que este mandamento vem com uma promessa? É fácil obedecer aos pais, mas é difícil honrá-los. Fácil é, para os filhos, seguir suas próprias cabeças; difícil é curvar-se diante da experiência dos pais, aceitando-a como melhor. Sedutor é, para os filhos, seguir a cabeça dos seus amigos ou dos meios de comunicação; difícil é resistir aos convites que vêm dos lados para  ficar com as palavras que saem dos lábios dos pais, saboreando-as como palavras de vida.
Quem honra os pais é obediente e sábio; os pais são mais experientes e sabem mais das ameaças e das oportunidades que os filhos. Quem honra os pais tem inteligência e caráter; enreda-se menos nas teias do pecado.
Quem honra os pais e quer muito algo que eles não querem negocia com eles. Não os convencendo, honra-os, obedecendo-os.
Assim, por exemplo, você, filho, quer fazer uma tatuagem ou colocar um piercing, mas seus pais não querem. Para honrá-los, negocie com eles. Se eles toparem, ótimo. Se não concordarem, não faça a tatuagem ou não coloque o piercing. Agrade aos seus pais.
Você namora um menino. Seus pais não gostam do seu namoro. Você tenta lhes mostrar que a garoto é legal, que o namoro é legal, e os convence. Que bom. Se não os convencer, honre-os. Saia desta vida.
Você anda com um grupo; seus pais estão nervosos com isto. Mostre que sua amizade não lhe faz mal. Leve-os a conhecer o grupo. Se ainda assim essa amizade traz tristeza aos seus pais, honre-os, procurando outra turma.  
Há uma promessa para quem honra aos pais, promessa de vida longa, não vida interrompida por decisões erradas, por atitudes que poderiam ser evitadas, se os pais fossem honrados. Há uma promessa para quem honra aos pais, promessa de vida com paz, não vida com mentiras, não vida na corda bamba dos perigos desnecessários, se os pais fossem honrados.

5. Conclusão 

Aos  pais, vivam de tal modo que sejam dignos da honra dos seus filhos, amando-os, dirigindo-os, cuidando deles ate quando eles cresçam.
Filhos, honrem seus pais, achem-nos vocês dignos ou não de serem honrados. Não percam a promessa que Deus lhes deixou junto com o mandamento.


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