domingo, 10 de março de 2024

DESCONTENTAMENTO UMA VISAO BIBLICA

 

Essas pessoas vivem se queixando, descontentes com a sua sorte, e seguem os seus próprios desejos impuros; são cheias de si e adulam os outros por interesse.

Há três pecados que permanecem detrás do descontentamento: orgulho, rebeldia e descrença. Deve se lembrar que estes foram os pecados originais do diabo e seus anjos e por isso são pecados que vêm do próprio inferno e acabam “infernizando a vida das pessoas descontentes”. Logo, vejamos como eles estão associados ao descontentamento.

1. O descontentamento é uma manifestação de orgulho

Judas escreve, em sua carta, que os ímpios “são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas próprias paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias” (Judas 16). Dessa forma, o escritor bíblico conecta descontentamento com arrogância e orgulho.

De fato, o descontentamento flui de um coração que diz: “Eu mereço melhor do que Deus me deu”! E segundo as Escrituras, orgulho foi o pecado original do próprio Satanás (cf. 1Timóteo 3.6). Nesse sentido o puritano Thomas Boston disse: “O diabo é a criatura mais orgulhosa e mais descontente porque o orgulho e o descontentamento ficam sob um mesmo teto”.

A satisfação vem de saber que em Jesus Cristo você tem tudo que precisa. Além do mais, o cristão tem consciência de que Deus lhe deu abundantemente mais do que ele poderia merecer. O que o ser humano merece é o inferno na terra seguido pelo inferno na eternidade. Mas por seu amor e graça, Deus entregou o Seu Filho em favor daqueles que nele creem.

Também, as Escrituras ensinam que Deus nos abençoou com toda benção espiritual em Cristo. Ele nos concede tudo o que é necessário para a vida e piedade (2Pedro 1.3). Em todas as circunstâncias o amor e o cuidado de Deus sustentam seus filhos e lhes concede sua companhia.

2. O descontentamento é uma expressão de rebeldia

No Antigo Testamento, temos a história de Jó, um homem bom e piedoso que foi grandemente abençoado por Deus. Sua família foi abençoada, seu negócio foi abençoado e sua influência se estendia

sobre as pessoas que o conheciam. No entanto, em determinado dia, após uma série de desastres, ele perdeu tudo e em meio à sua dor Jó disse: “O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”! (Jó 1.21).

O problema é que a pessoa descontente sempre diz algo diferente daquilo que Jó proferiu. O descontente geralmente verbaliza: “O Senhor deu, mas ele deveria ter dado mais”, ou “o Senhor tirou o que eu tinha, e ele não deveria ter feito isso”. Em outras palavras, o descontente se coloca como juiz do próprio Deus. Ele geralmente coloca deus no banco dos réus e dita o veredito de condenação!

O fato é que o descontentamento é uma expressão de rebelião contra Deus. O apóstolo Paulo questiona veementemente essa atitude. Em Romanos 9.20 ele diz: “quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim”? Em outras palavras, essa atitude não é apenas orgulhosa, mas rebelde, pois se recusa a aceitar o que Deus concede! É como se a pessoa estivesse dizendo: “Se não for o eu quero, então não aceito”!

3. O descontentamento é fruto da incredulidade

Essa verdade é claramente ilustrada por um evento registrado em Êxodo 17. Naquela ocasião, o povo de Deus havia sido grandemente abençoado com a libertação do cativeiro egípcio e, por Deus, era conduzido rumo à Terra Prometida. Naquele percurso, Deus alimentou o seu povo com o “maná” no deserto. Todavia, quando a multidão chegou a um lugar onde não havia água, a maioria reagiu dizendo: “está o Senhor no meio de nós ou não”? (Êxodo 17.7).

Essa história é muito interessante, pois o povo de Israel havia sido grandemente abençoado por Deus e ainda assim não reconheceu o cuidado do Senhor. Não é interessante observar que aqueles que são mais abençoados tendem a murmurar e se sentirem descontentes quando suas expectativas não são satisfeitas? Talvez porque tenham recebido tanto e estão tão acostumados a

grandes quantidades que não possuem qualquer paciência ou perseverança durante as estações de escassez.

Também é importante lembrar que o povo se inquietou com a falta de água, o que poderia ser uma preocupação legítima, mas a reação daquelas pessoas foi totalmente pecaminosa. De fato, há momentos na vida quando podemos ter preocupações legítimas sobre como Deus irá fornecer o que precisamos. O problema é que a preocupação legítima dos israelitas se transformou em incredulidade, pois eles questionaram a realidade de Deus entre eles. Semelhantemente, em momentos de descontentamento é provável que os servos do Senhor questionem o seu amor, sua providência e o seu cuidado. Logo, descontentamento pode ser, também, expressão de incredulidade.

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