segunda-feira, 11 de março de 2024

O perdão é uma promessa ? Perdão não é o mesmo que confiança?

 O perdão é uma promessa

Quando você promete imputar o seu perdão, você credita a conta do seu ofensor com seu perdão, muito semelhante ao que Cristo fez creditando sua conta celestial com a justiça dEle. Você se esforçará para pensar o que é melhor acerca dele, orar por ele e falar bem dele, se possível. Essa promessa, até certo ponto, pode ser feita na forma de um compromisso pessoal em seu coração, mesmo que seu ofensor não reconheça seus pecados contra você. É a isso que às vezes nos referimos como "perdoar alguém em seu coração" (Mc 11.25).

Se ele admitir seus pecados e pedir o seu perdão, você fará essa promessa a ele no momento em que verbalmente conceder o perdão. Nesses casos, você estará fazendo a ele duas promessas adicionais. O de "não lembrar mais de seus pecados" é uma promessa implícita de nunca trazer à tona a ofensa. Se você o perdoou, não há necessidade de discutir a respeito. Pecados similares que ele possa vir a cometer no futuro podem exigir novas confrontações. Além disso, quando você concede o perdão verbalmente a alguém, você está prometendo não fazer fofoca a respeito da ofensa.

Perdão não é o mesmo que confiança.

Se alguém pecar contra você, cabe a você como cristão perdoar do mesmo modo como foi perdoado por Deus em Cristo (Mt 18.21-15). Entretanto, cabe à pessoa ganhar de volta a confiança que perdeu como resultado do pecado. O perdão deve ser imediato. A confiança pode levar tempo (Mt 25.14-31; Le 16.10-12). Negar, porém, a confiança, depois de ter sido merecida, não é amoroso. A Bíblia diz:

"O amor... tudo crê" (1 Co 13.7). Isso significa que se amamos alguém, na falta de provas concretas do contrário, faremos a melhor interpretação possível do que ele faz. Neste caso, acreditar que o fruto do arrependimento que ele produziu é genuíno. E, se você não é capaz de rapidamente confiar em seu ofensor, você precisa confiar em Deus, tanto para operar através da pessoa em sua vida, como para proteger você das consequências que você considera que possam te alcançar.

O perdão não foca nas causas secundárias, mas na soberania de Deus. José teve que aprender a confiar na soberania de Deus. Às vezes pensamos que quando José foi vendido por seus irmãos como escravo (as causas secundárias de seu julgamento) de algum modo ele disse a eles:

"Não se preocupem rapazes, vocês estão fazendo isso por maldade, mas algum dia vocês verão que Deus tornará isso em bem", após essa declaração cantou de modo alegre Rm 8.28 ("Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem"). Mas o que realmente aconteceu foi revelado anos mais tarde por seus irmãos:

Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade. (Gn 42.21)

Em última análise, Deus poderia ter evitado as ofensas que nos tentaram à amargura - mas Ele não o fez. O perdão não foca no pecado do ofensor, mas em como Deus (em Sua sabedoria e bondade) pode usar a ofensa para a Sua glória. Devemos considerar que Deus está mais interessado em nossa reação à ofensa do que na ofensa em si." Isso nos leva a outro problema: amargura em relação a Deus. Devemos pensar biblicamente sobre o perdão!

Depois de perdoar, lembre-se de que fez uma promessa ao seu ofensor. Não permita que aquela semente de mágoa se desenvolva em uma raiz de amargura ao alimentar em seus pensamentos. Ore por ele (ofensor) e coloque sua mente no padrão de pensamento de Fp 4.8: "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é res-peitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento".

Em vez de rever imagens mentais dolorosas do que aconteceu ou fazer planos de vingança para o futuro (ver o rosto do seu ofensor num alvo de dardos, ou em uma bola de futebol que você está prestes a chutar com força), imagine seu rosto com as palavras: "Eu te perdoei" impressas com realce no meio da imagem. Coloque sua imaginação para funcionar em Fp 4.8. Você ficará surpreso com o quanto se sentirá melhor, como também com a rapidez que esquecerá quando perdoar verdadeiramente. Esquecer é resultado de perdoar, não o meio para isso. Esse é o passo final do processo, não o primeiro.

Mantenha em mente que não é hipocrisia sentir uma coisa e fazer outra (algo totalmente contrário aos seus sentimentos). Provavelmente você fez isso como a primeira coisa desta manhã quando saiu da cama. Hipocrisia é profesSar uma coisa e fazer outra. Se disser aos seus amigos o quanto gosta de levantar cedo, e tendo a possibilidade de levantar cedo não o fizer, isso sim seria hipocrisia.

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